Lágrimas do Coração

Chega a ser engraçado, a gente vive sorrindo, parace estar esbanjando felicidade e alegria. E em meio a isso o coração aproveita pra tentar se distrair, pra tentar esquecer e vez em quando até consegue, porém, também tem horas que ele chora. Chora sozinho, calado, no silêncio e escuro da noite se escondendo para que ninguém perceba. Chora por lembranças, por pessoas, por consequências que a vida lhe trouxe e escolhas que ele teve de fazer. Ele não queria chorar, mas simplesmente não consegue. Ele chora por ser forte, por aguentar todo dia a batalha e continuar firme. E tem horas que você também acaba se entregando, e chora junto a ele, não por estar sendo fraco e sim por tentar ser sempre forte demais. E ele chora.

– Mariana M.

Eternizar

Todos os dias nós perdemos alguém. Mãe, pai, tios, avós, amigos, amores... Mas o que eu acho mais “engraçado” é a capacidade dos seres humanos a não se acostumarem com as mortes. E não importa de que tipo elas sejam – se são físicas ou psicológicas – dar “adeus” aquelas pessoas que amamos nunca foi e nunca será uma atitude simples, mas é algo que muitas vezes necessitamos fazer, afinal nascemos para morrer e “uma hora a gente tem que ir embora”, não é?!

O fato é que, é muito mais fácil e cômodo acostumar-se com aqueles que chegam em nossas vidas do que ter que acostumar-se com as pessoas que se vão. Confesso estar escrevendo isso, lembrando todos aqueles que um dia foram essenciais em minha vida e que hoje não os tenho mais perto e também por aquelas pessoas que ainda tenho perto, mas que de alguma forma tive/estou tendo que dar “adeus” a uma parte delas muito forte que existe em mim.

O pior de todas as mortes, despedidas ou o que queiram chamar, não é somente o fato de você ter que dizer adeus a quem você ama, mas também a saudade latejante de tudo que foi vivido, as lembranças que ficam. Essa sim é a pior dor de alguém que ama e não tem mais a pessoa por perto. Lembranças que ao mesmo tempo podem fazer-nos felizes, podem também fazer-nos sofrer. Há lembranças que por mais bonita que sejam, acabam sendo um tanto doloridas pelo simples fato de ter sido vivida com alguém que não está mais do seu lado ou que não está mais com você do jeito que você queria.

Mudanças são necessárias em nossas vidas. Precisamos passar pelas etapas de perdas, precisamos aprender a conviver com elas. É difícil?! É... E muito! Mas a gente fica bem no final. Atitudes, muitas vezes têm que ser tomadas mesmo que não quiséssemos para que outras pessoas não se machuquem. Muitas vezes precisamos “matar” algo em nós para que outras sensações e sentimentos possam permanecer e renascer. Sei muito bem que tudo o que vivemos em nossa vida e principalmente as coisas boas e bonitas, as pessoas amadas, aquelas que nos fizeram bem, que nos fizeram sentir em paz conosco mesmo, essas jamais serão esquecidas ou apagadas, ficarão na memória, guardadas no coração, para que quando olhemos para o céu possamos rir lembrando das gargalhadas, dos beijos, abraços e carinhos dados e recebidos.

As pessoas ficam conosco para que elas possam tornar-se eternas em nós, para que possam ser a parte mais bonita de uma lembrança, porque por mais que doa saber que tivemos que perdê-las de alguma forma, será bom saber também que em algum momento fomos e fizemos alguém muito feliz, será bom relembrar, olhar pra trás e dizer: Eu fui feliz. Esse é o dom de eternizar!

– Carol Machado